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Qual é a sua dificuldade em manter a dieta?

Quais são as barreiras que impedem as pessoas manterem uma dieta de perda de peso?


Essa pergunta foi ponto central de um estudo, que buscou identificar as dificuldades mais frequentes percebidas por quem faz dieta para perda de peso. Através de sessões de técnica de grupo nominal, uma dinâmica estruturada que busca a solução de um determinado problema, as participantes que eram mulheres saudáveis, com idade entre 20 e 44 anos, IMC de 28 a 45 kg/m2 e um peso corporal estável, responderam a questão, que posteriormente foi analisada e agrupada pelos pesquisadores.


A barreiras mais mencionadas representavam as dificuldades comum entre elas e foram divididas em duas categorias: 1. Individual 2. Ambiental. Cada categoria foi composta pelos seguintes temas:


1. Categoria Individual:


Conhecimento: "tamanho da porção", "saber quanto comer" e "difícil saber quando parar de comer";

Desejos: em geral para lanches e doces e incluíam "controlar desejos";

Emoções: centradas em torno da alimentação para lidar com emoções negativas como "alimentação emocional" e alimentação por estresse;

Hábitos: "comer devido ao tédio", "hábitos alimentares anteriores", "sentir a necessidade de lanchar durante a viagem" e "pular refeições".

Impaciência: "sentir que você não está vendo resultados e desistir", "ritmo de resultados" e "falta de perda imediata de peso";

Força de vontade: "perda de motivação", "incapacidade de sustentar a mudança de estilo de vida", "tentação de um lanche rápido", "sentir-se privado" e "sair da pista um dia"


2. Categoria Ambiental:


Familiar/social: "grandes eventos sociais", "comer é um evento social", "reuniões familiares", "férias", "querer beber com amigos", "amigos/familiares que comem alimentos não saudáveis" e "cozinhar para crianças/crianças hábitos alimentares";

Restrição de tempo: "tempo de planejamento e preparação", "pedir comida é rápida", "agenda lotada" e "sem tempo para cozinhar";

Alimentação fora de casa: "fast food/fácil acesso", "viajar para longe de casa", "difícil comer fora com restrições alimentares" e "mais alimentos não saudáveis disponíveis do que saudáveis".

Alimentos constantemente presentes: "estar constantemente cercado por alimentos" e "trabalhar em torno da comida".

Custo: "restrições monetárias", "não querendo desperdiçar alimentos" e "custo"


Além das principais categorias, os participantes também foram convidados a responderem a tal questão, porém pensando nas pessoas em geral. Mencionaram: ”Comer na frente da TV”, “trabalhar até tarde, levando a comer até tarde”, “comida como recompensa ou reconhecimento”, “comerciais sobre comida na TV”, “ sentir fome com as porções limitadas”, “ incapacidade de ignorar Junk food (tentação) ao fazer compras”, “conveniência”.


Podemos destacar como são recorrente as dificuldades em lidar com os fatores que não podemos controlar como: as pistas do ambiente para comer, as porções exageradas que nos induzem a comer além da saciedade, a falta de planejamento que aparece com a falta de tempo, os gatilhos emocionais e o estresse.


O "não saber quando parar de comer" chama atenção por traduzir a falta de percepção dos sinais fisiológicos ou ainda a presença de uma incompatibilidade entre a porção de alimento determinado pela dieta e o tamanho da fome que o indivíduo sente. Sabemos que a presença da fome é um motivador pela busca por comida, sendo reconhecida como sinal importante do cérebro primitivo, determinante para sobrevivência. Apesar dos milhares de anos de evolução, o seu cérebro continua entendo a fome como uma ameaça e promovendo adaptações fisiológicas que te levarão a comer, suprindo essa necessidade.

Outra questão importante de mencionar é o fato das dietas, por si só, não promovem a mudança de comportamento alimentar. É necessário identificar e trabalhar com os aspectos que influenciam o comer, que são os mais variados possíveis, conforme podemos perceber nas respostas dos participantes.


Fica aqui a pergunta de qual seria o melhor caminho para ter uma alimentação promotora de saúde e consequentemente o seu melhor peso, sabendo que o nosso comportamento alimentar não é unicamente determinado pela vontade. Continuaremos a chegar em lugar nenhum, se acreditarmos que o controle é a solução!


O estudo conclui que focar em uma visão mais integral da saúde e não somente na perda de peso, assim como no desenvolvimento de habilidade essenciais, é fundamental!


Podemos citar como habilidades o capacidade de planejar as refeições da semana, de perceber gatilhos que levam ao comer, de lidar com a fome emocional, fortalecer a autoeficácia, reconhecer pistas externas que estimulam o comer em excesso e identificar as normatizações que instituem padrões estéticos inatingíveis.


Fonte: De Leon A, Roemmich JN, Casperson SL. Identificação de Barreiras à Adesão a uma Dieta de Perda de Peso em Mulheres Utilizando a Técnica nominal do Grupo. Nutrientes. 2020;12(12):3750. doi:10.3390/nu12123750

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